Exposição Ocupacional em Raio X Veterinário: o Risco Silencioso que Ameaça Plantonistas e Auxiliares

 

⚠️ Exposição Ocupacional em Raio X Veterinário: Um Risco Silencioso nas Clínicas e Hospitais

O uso de radiografias é uma ferramenta essencial no diagnóstico veterinário, permitindo identificar fraturas, alterações pulmonares, problemas abdominais e diversas outras condições clínicas.
No entanto, por trás da praticidade dos exames de raio X, existe um risco silencioso e crescente que muitos profissionais da área ainda ignoram: a exposição à radiação ionizante durante a realização das radiografias.


💀 Risco real: quem está operando os aparelhos?

Em grande parte das clínicas e hospitais veterinários, o médico-veterinário plantonista — e até mesmo o auxiliar de veterinária — acabam sendo obrigados a realizar exames radiográficos sem possuir formação específica em radiologia.
Esses profissionais muitas vezes precisam operar o equipamento, posicionar o animal e realizar contenção manual durante a emissão dos raios X, tudo isso sem a proteção adequada.

Essa prática é perigosa. A radiação ionizante possui efeito cumulativo no organismo e pode, com o tempo, provocar lesões celulares, alterações genéticas, problemas hematológicos, infertilidade e até neoplasias.
Mesmo exposições pequenas e repetidas, sem o uso correto de proteção, acumulam-se ao longo dos anos, trazendo consequências graves à saúde.




🧍‍♂️ O agravante: profissionais sem treinamento técnico

A legislação brasileira determina que apenas profissionais capacitados em radioproteção podem operar equipamentos radiológicos.
Porém, na rotina prática, o que se vê é o oposto:

  • Veterinários plantonistas, sob pressão de tempo e hierarquia;

  • Auxiliares de veterinária, frequentemente sem formação técnica;

  • Ambientes improvisados, sem blindagem adequada;

  • Falta de EPIs como avental plumbífero, protetor de tireoide, luvas e óculos de chumbo;

  • Ausência de dosímetro pessoal para monitorar a exposição.

Tudo isso representa um cenário de risco ocupacional severo, muitas vezes invisível dentro da rotina hospitalar.


📲 A nova tendência: laudos a distância e aumento da exposição

Com a popularização das radiografias digitais, o processo de diagnóstico se modernizou. Hoje, as imagens são capturadas localmente e enviadas para radiologistas veterinários especializados que emitem o laudo a distância (telelaudo).

Essa prática é útil e agiliza o atendimento, mas trouxe um efeito colateral preocupante:
Como os laudos são terceirizados e o radiologista raramente está presente, a manipulação direta dos aparelhos — incluindo a contenção dos animais — fica a cargo de profissionais não especializados.

Ou seja:
👉 quem fica mais exposto à radiação não é o especialista que interpreta o exame, mas sim o veterinário plantonista e o auxiliar que estão na linha de frente da emissão da imagem.


🛡️ O que diz a legislação

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Ministério da Saúde (Portaria nº 453/1998) determinam que:

  • É obrigatório o uso de EPIs de chumbo em todos os envolvidos durante o exame;

  • A contenção manual deve ser excepcional e devidamente registrada;

  • Todos os operadores devem ter treinamento em radioproteção;

  • Deve haver blindagem física adequada e dosimetria individual.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) reforça que a responsabilidade pela segurança radiológica é compartilhada entre o empregador e o profissional, e que ninguém deve ser obrigado a realizar exames em condições inseguras.


⚠️ Um alerta à categoria

Com a digitalização dos laudos e a rotina acelerada dos plantões, o risco de exposição inadvertida à radiação está aumentando silenciosamente.
Veterinários e auxiliares, muitas vezes sem o devido treinamento, continuam sendo os mais expostos — e essa exposição crônica pode gerar impactos irreversíveis à saúde.

É fundamental que as clínicas e hospitais veterinários cumpram as normas de radioproteção, fornecendo equipamentos, treinamento e supervisão técnica adequada.
A prática de exames radiográficos deve ser segura, consciente e regulamentada, protegendo não apenas os animais, mas também aqueles que dedicam suas vidas a cuidar deles.


📍 Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior
Médico-Veterinário — CRMV-SP 23098
Consultas Domiciliares e Cuidados Preventivos
📍 Mogi das Cruzes e Região
🌐 www.doutordosanimais.com.br



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