Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, Médico Veterinário (CRMV-SP 23098)
A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e um dos símbolos da biodiversidade brasileira. Apesar de ser conhecida principalmente por sua pelagem dourada com rosetas escuras, algumas populações apresentam indivíduos melanísticos — popularmente chamados de “onça-preta”.
Até recentemente, não havia registros científicos de acasalamentos envolvendo indivíduos melanísticos em ambiente selvagem. Porém, um estudo publicado em 2025 trouxe à luz o primeiro caso documentado desse tipo de interação, registrado por armadilhas fotográficas em área de floresta tropical.
O que foi descoberto?
Pesquisadores conseguiram registrar o comportamento de corte e acasalamento entre uma onça-preta e uma onça de fenótipo tradicional. As imagens mostraram vocalizações, marcação de território e aproximação entre os animais — exatamente como ocorre entre casais de onças de pelagem comum.
Segundo os cientistas, isso demonstra que o melanismo não interfere na seleção sexual da espécie. Ou seja, onças-pintadas melanísticas podem se reproduzir normalmente, transmitindo seus genes para a população selvagem.
Por que essa descoberta é importante?
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Conservação genética – O melanismo é resultado de uma variação genética. Saber que esses animais se reproduzem em condições naturais garante que essa característica continue presente no pool genético das populações.
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Ecologia comportamental – O estudo indica que a cor da pelagem não é um fator limitante para interações sociais ou reprodutivas.
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Planejamento de conservação – Muitos programas de manejo em cativeiro não valorizavam indivíduos melanísticos. A pesquisa mostra que eles devem ser incluídos nas estratégias de preservação, já que representam uma parte funcional e saudável da população.
Impactos para a ciência e para a sociedade
Esse registro abre novas possibilidades para compreender a biologia da onça-pintada e reforça a importância do monitoramento por câmeras em áreas de conservação. Além disso, coloca o Brasil em destaque no cenário científico mundial, já que grande parte das populações melanísticas está concentrada na Amazônia e no Pantanal.
De acordo com os pesquisadores, o próximo passo será acompanhar se haverá descendentes desse acasalamento, analisando a herança genética do melanismo e seus efeitos sobre a saúde e adaptação dos filhotes.
Conclusão
A descoberta mostra que ainda temos muito a aprender sobre nossos animais silvestres e destaca a necessidade urgente de proteger habitats naturais. As onças — sejam douradas ou pretas — são peças-chave no equilíbrio dos ecossistemas. Preservar essas populações significa manter viva a força da biodiversidade brasileira.
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📌 Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – Médico Veterinário (CRMV-SP 23098)
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