Exposição Ocupacional em Raio X Veterinário: o Risco Silencioso que Ameaça Plantonistas e Auxiliares

 

⚠️ Exposição Ocupacional em Raio X Veterinário: Um Risco Silencioso nas Clínicas e Hospitais

O uso de radiografias é uma ferramenta essencial no diagnóstico veterinário, permitindo identificar fraturas, alterações pulmonares, problemas abdominais e diversas outras condições clínicas.
No entanto, por trás da praticidade dos exames de raio X, existe um risco silencioso e crescente que muitos profissionais da área ainda ignoram: a exposição à radiação ionizante durante a realização das radiografias.


💀 Risco real: quem está operando os aparelhos?

Em grande parte das clínicas e hospitais veterinários, o médico-veterinário plantonista — e até mesmo o auxiliar de veterinária — acabam sendo obrigados a realizar exames radiográficos sem possuir formação específica em radiologia.
Esses profissionais muitas vezes precisam operar o equipamento, posicionar o animal e realizar contenção manual durante a emissão dos raios X, tudo isso sem a proteção adequada.

Essa prática é perigosa. A radiação ionizante possui efeito cumulativo no organismo e pode, com o tempo, provocar lesões celulares, alterações genéticas, problemas hematológicos, infertilidade e até neoplasias.
Mesmo exposições pequenas e repetidas, sem o uso correto de proteção, acumulam-se ao longo dos anos, trazendo consequências graves à saúde.




🧍‍♂️ O agravante: profissionais sem treinamento técnico

A legislação brasileira determina que apenas profissionais capacitados em radioproteção podem operar equipamentos radiológicos.
Porém, na rotina prática, o que se vê é o oposto:

  • Veterinários plantonistas, sob pressão de tempo e hierarquia;

  • Auxiliares de veterinária, frequentemente sem formação técnica;

  • Ambientes improvisados, sem blindagem adequada;

  • Falta de EPIs como avental plumbífero, protetor de tireoide, luvas e óculos de chumbo;

  • Ausência de dosímetro pessoal para monitorar a exposição.

Tudo isso representa um cenário de risco ocupacional severo, muitas vezes invisível dentro da rotina hospitalar.


📲 A nova tendência: laudos a distância e aumento da exposição

Com a popularização das radiografias digitais, o processo de diagnóstico se modernizou. Hoje, as imagens são capturadas localmente e enviadas para radiologistas veterinários especializados que emitem o laudo a distância (telelaudo).

Essa prática é útil e agiliza o atendimento, mas trouxe um efeito colateral preocupante:
Como os laudos são terceirizados e o radiologista raramente está presente, a manipulação direta dos aparelhos — incluindo a contenção dos animais — fica a cargo de profissionais não especializados.

Ou seja:
👉 quem fica mais exposto à radiação não é o especialista que interpreta o exame, mas sim o veterinário plantonista e o auxiliar que estão na linha de frente da emissão da imagem.


🛡️ O que diz a legislação

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Ministério da Saúde (Portaria nº 453/1998) determinam que:

  • É obrigatório o uso de EPIs de chumbo em todos os envolvidos durante o exame;

  • A contenção manual deve ser excepcional e devidamente registrada;

  • Todos os operadores devem ter treinamento em radioproteção;

  • Deve haver blindagem física adequada e dosimetria individual.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) reforça que a responsabilidade pela segurança radiológica é compartilhada entre o empregador e o profissional, e que ninguém deve ser obrigado a realizar exames em condições inseguras.


⚠️ Um alerta à categoria

Com a digitalização dos laudos e a rotina acelerada dos plantões, o risco de exposição inadvertida à radiação está aumentando silenciosamente.
Veterinários e auxiliares, muitas vezes sem o devido treinamento, continuam sendo os mais expostos — e essa exposição crônica pode gerar impactos irreversíveis à saúde.

É fundamental que as clínicas e hospitais veterinários cumpram as normas de radioproteção, fornecendo equipamentos, treinamento e supervisão técnica adequada.
A prática de exames radiográficos deve ser segura, consciente e regulamentada, protegendo não apenas os animais, mas também aqueles que dedicam suas vidas a cuidar deles.


📍 Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior
Médico-Veterinário — CRMV-SP 23098
Consultas Domiciliares e Cuidados Preventivos
📍 Mogi das Cruzes e Região
🌐 www.doutordosanimais.com.br



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Infecções Bacterianas da Pele em Cães e Gatos (Piodermites): Causas, Diagnóstico e Tratamento

 


Infecções Bacterianas da Pele (Piodermites) em Cães e Gatos: Revisão Atualizada

Autor: Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, Médico-Veterinário – CRMV-SP 23098
Atendimento Veterinário Domiciliar – Mogi das Cruzes e Região


Resumo

As piodermites são infecções bacterianas cutâneas comuns na rotina clínica de cães e gatos, representando uma das principais causas de prurido e inflamação de pele. Normalmente secundárias a doenças subjacentes, como alergias, endocrinopatias ou parasitoses, elas exigem diagnóstico preciso e manejo terapêutico racional. Este artigo revisa os principais aspectos etiológicos, clínicos, diagnósticos e terapêuticos das piodermites, com ênfase em práticas seguras de tratamento e prevenção, sobretudo no contexto da clínica veterinária domiciliar.




1. Introdução

A pele é o maior órgão do corpo e atua como barreira física, química e imunológica contra agentes externos. Quando essa barreira é rompida, ocorre a proliferação bacteriana oportunista, originando quadros infecciosos conhecidos como piodermites.

Essas infecções são responsáveis por grande parte dos atendimentos dermatológicos em cães, e embora menos frequentes em gatos, também podem ocorrer. As piodermites raramente são primárias; em geral, resultam de condições subjacentes que alteram a defesa cutânea, permitindo o crescimento bacteriano anormal.


2. Classificação das Piodermites

As piodermites são classificadas conforme a profundidade da infecção e os tecidos acometidos:

  • Piodermite de superfície: afeta apenas a camada superficial da pele, como na dermatite piotraumática (“hot spot”) e intertrigo (infecção de dobras cutâneas).

  • Piodermite superficial: envolve a epiderme e os folículos pilosos, como na foliculite bacteriana e impetigo.

  • Piodermite profunda: atinge derme e tecido subcutâneo, podendo gerar furunculose e celulite.

A distinção entre essas formas é essencial para o prognóstico e para a escolha terapêutica adequada.


3. Etiologia e Patogênese

O principal agente envolvido nas piodermites caninas é o Staphylococcus pseudintermedius, bactéria Gram-positiva comensal da pele e mucosas. Em condições normais, esse microrganismo não causa doença, mas diante de fatores predisponentes — como umidade, lambedura excessiva, alergias ou imunossupressão — torna-se patogênico.

Outras bactérias, como Pseudomonas, Proteus e Enterobacter, podem estar envolvidas em infecções mais profundas ou em casos de resistência antimicrobiana.

O desequilíbrio da microbiota cutânea, aliado à inflamação e à perda da função de barreira, resulta em proliferação bacteriana, destruição folicular e formação de pústulas e crostas características.


4. Fatores Predisponentes

Entre os principais fatores que favorecem o surgimento de piodermites estão:

  • Alergias cutâneas: como dermatite atópica, hipersensibilidade alimentar e alergia à picada de pulga;

  • Doenças endócrinas: hipotireoidismo e síndrome de Cushing;

  • Ectoparasitoses: pulgas, ácaros e carrapatos;

  • Traumas e lambedura crônica: ruptura da barreira cutânea;

  • Dobras cutâneas e obesidade: especialmente em raças braquicefálicas;

  • Uso inadequado de antibióticos: contribuindo para resistência bacteriana.

A identificação desses fatores é fundamental para o controle definitivo da doença e prevenção de recidivas.


5. Sinais Clínicos

Os sinais variam conforme a profundidade da infecção. Em piodermites superficiais, observam-se:

  • Eritema (vermelhidão);

  • Pápulas e pústulas;

  • Colarinhos epidérmicos (lesões circulares com crosta central);

  • Alopecia localizada;

  • Prurido (coceira intensa).

Nas piodermites profundas, há:

  • Nódulos e abscessos;

  • Fístulas com drenagem de pus;

  • Dor, edema e crostas espessas;

  • Febre e apatia em casos graves.

A distribuição das lesões (face, abdômen, espaços interdigitais, base da cauda, dobras) auxilia no diagnóstico clínico.


6. Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se na associação de anamnese, exame clínico e exames complementares, como:

  • Citologia cutânea: demonstra presença de cocos fagocitados por neutrófilos;

  • Cultura e antibiograma: indicados em infecções recorrentes, falhas terapêuticas ou suspeita de resistência;

  • Raspado de pele e lâmpada de Wood: para descartar parasitos e dermatofitos;

  • Exames hormonais: quando se suspeita de doenças endócrinas associadas.

O diagnóstico diferencial deve incluir dermatofitoses, demodicose, dermatite alérgica e infecções fúngicas secundárias.


7. Tratamento

O tratamento deve sempre envolver duas etapas fundamentais: o controle da infecção e o tratamento da causa primária.

7.1 Terapia tópica

Indispensável em piodermites superficiais.
Banhos com xampus à base de clorexidina, peróxido de benzoíla ou mupirocina ajudam a reduzir a carga bacteriana, remover crostas e aliviar o prurido.
O tratamento tópico pode ser suficiente em casos leves.

7.2 Antibióticos sistêmicos

Indicados em infecções profundas ou extensas.
As opções mais utilizadas incluem cefalexina, amoxicilina com clavulanato e clindamicina, respeitando sempre o resultado do antibiograma.
O tempo mínimo de tratamento é de 3 a 4 semanas (ou até 7 semanas em casos profundos).

7.3 Manejo do ambiente e da pele

Manter a pele limpa e seca, controlar ectoparasitas, evitar banhos excessivos e orientar o tutor sobre higiene e prevenção.
Nos casos de alergias, o controle rigoroso da doença de base é imprescindível para evitar recidivas.

7.4 Resistência bacteriana

A resistência antimicrobiana, especialmente de Staphylococcus pseudintermedius resistentes à meticilina (MRSP), é um desafio crescente na medicina veterinária.
O uso racional de antibióticos, aliado ao tratamento tópico adequado, é a melhor forma de prevenir a seleção de cepas resistentes.


8. Prognóstico

O prognóstico das piodermites superficiais é geralmente favorável quando a causa primária é controlada e o tratamento é seguido corretamente.
Já as piodermites profundas e recorrentes exigem acompanhamento prolongado e podem apresentar recidivas se a doença de base não for resolvida.
A resposta clínica deve ser avaliada a cada 7 a 10 dias.


9. Considerações no Atendimento Domiciliar

No atendimento domiciliar, é fundamental observar:

  • Higiene do ambiente e objetos do animal;

  • Controle de parasitas e umidade;

  • Orientação detalhada ao tutor sobre aplicação de terapias tópicas;

  • Registro fotográfico das lesões para acompanhamento clínico;

  • Reforço da importância do retorno e da continuidade do tratamento.

Essas práticas melhoram o resultado terapêutico, aumentam a adesão do tutor e reduzem a necessidade de antibióticos sistêmicos.


10. Conclusão

As infecções bacterianas da pele são condições multifatoriais que requerem diagnóstico cuidadoso e abordagem integrada.
O tratamento eficaz depende da identificação da causa subjacente, do uso responsável de antimicrobianos e da educação do tutor.
No contexto da medicina veterinária domiciliar, a prevenção, o acompanhamento individualizado e o manejo ambiental são as ferramentas mais eficazes para garantir o sucesso terapêutico e o bem-estar do animal.


Referências Bibliográficas

  • Larsson, C. E.; Henriques, D. A. Dermatologia Veterinária – Piodermites em Pequenos Animais.

  • Guaguère, E.; Prélaud, P. Clinical Dermatology of Dogs and Cats.

  • Miller, W. H.; Griffin, C. E.; Campbell, K. L. Muller & Kirk's Small Animal Dermatology.

  • Scott, D. W.; Miller, W. H.; Griffin, C. E. Small Animal Dermatology – 7ª ed.

  • Nuttall, T. et al. Guidelines for Antimicrobial Use in Dogs and Cats – ISCAID, 2021.



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🩺 Understanding Acute Kidney Injury in Dogs and Cats: A Silent Threat

🩺 Understanding Acute Kidney Injury in Dogs and Cats: A Silent Threat

By Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, DVM – CRMV-SP 23098
Mogi das Cruzes, Brazil | www.doutordosanimais.com.br


Introduction

Acute Kidney Injury (AKI), also known as acute renal failure, is a sudden decline in kidney function that leads to the accumulation of toxins, metabolic waste, and disturbances in fluid and electrolyte balance.
It is a medical emergency in both dogs and cats, and early recognition can make the difference between complete recovery and irreversible renal damage.

While the clinical presentation may seem nonspecific, understanding the underlying causes and pathophysiological mechanisms is essential for accurate diagnosis and effective treatment.





Pathophysiology of Acute Kidney Injury

The kidneys are vital for maintaining internal balance — filtering blood, excreting waste, regulating electrolytes, and producing hormones such as erythropoietin.
When renal blood flow or tissue integrity is compromised, the nephron (the kidney’s functional unit) begins to fail, leading to decreased glomerular filtration rate (GFR) and tubular dysfunction.

The mechanisms of AKI are often categorized into three main types:

  1. Ischemic AKI – Caused by reduced renal perfusion, often secondary to hypovolemia, dehydration, shock, or anesthesia-related hypotension.

  2. Toxic AKI – Resulting from exposure to nephrotoxic agents such as ethylene glycol, aminoglycosides, NSAIDs, or certain plants.

  3. Infectious AKI – Caused by pathogens like Leptospira spp., which directly damage renal tissue and impair filtration.

In many clinical cases, these mechanisms may overlap, making diagnosis and management more challenging.


Clinical Signs and Diagnosis

The clinical signs of AKI in dogs and cats are often subtle at first.
Common manifestations include:

  • Lethargy and weakness

  • Vomiting and anorexia

  • Dehydration

  • Oliguria (reduced urine output) or anuria (no urine output)

  • Halitosis and oral ulcers (due to uremia)

Laboratory findings typically reveal azotemia (elevated BUN and creatinine), electrolyte imbalances (especially hyperkalemia), and urinalysis abnormalities such as proteinuria, casts, or altered specific gravity.

Imaging tools like abdominal ultrasound can help assess renal size, echotexture, and perfusion, aiding in the differentiation between acute and chronic renal processes.


Treatment and Prognosis

Management of AKI aims to:

  • Restore and maintain renal perfusion

  • Correct fluid and electrolyte imbalances

  • Eliminate underlying causes

  • Support the patient through detoxification and metabolic stabilization

Intravenous fluid therapy remains the cornerstone of treatment, carefully adjusted based on hydration status and urine output.
In more severe cases, diuretics (e.g., furosemide) or dialysis may be necessary to manage persistent anuria or toxin accumulation.

The prognosis depends on the underlying cause, duration of renal insult, and how quickly treatment is initiated.
While some animals may fully recover renal function, others may progress to chronic kidney disease (CKD) despite stabilization.


Prevention and Clinical Awareness

Prevention of AKI relies on awareness and early detection.
Tutores should avoid self-medicating pets with human drugs and ensure adequate hydration, especially in elderly animals or those with preexisting diseases.

For veterinarians, routine monitoring of renal parameters in hospitalized or high-risk patients is essential.
In cases involving nephrotoxic drugs, concurrent fluid therapy and renal monitoring should be mandatory.


Final Thoughts

Acute Kidney Injury remains one of the most critical challenges in small animal internal medicine.
Recognizing early clinical signs and understanding the interplay between perfusion, toxins, and infection are fundamental to preventing irreversible renal damage.

In veterinary medicine, time truly means nephron — every hour counts.
Prompt diagnosis and intervention can transform a potentially fatal event into a story of recovery and resilience.


👨‍⚕️ Authored by:
Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior
Veterinarian | CRMV-SP 23098
📍 Mogi das Cruzes – São Paulo, Brazil
🌐 www.doutordosanimais.com.br
📸 @roque_junior_veterinario

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🩺 Dr. Roque Júnior – Injúria Renal Aguda em Cães e Gatos: Causas Infecciosas, Tóxicas e Isquêmicas

Injúria Renal Aguda em Pequenos Animais: Causas Infecciosas, Tóxicas e Isquêmicas

Autores: Dr. Roque Antônio de Allmeida Junior Médico Veterinário CRMV23098
Resumo: A injúria renal aguda (IRA) é uma condição caracterizada por declínio rápido da função renal, com retenção de toxinas urêmicas, desequilíbrios hidroeletrolíticos e acidobásicos, e alterações no volume ou na concentração urinária. Em cães e gatos, as causas mais relevantes envolvem fatores infecciosos, tóxicos ou isquêmicos. Este artigo revisa a fisiopatologia, as principais etiologias segundo essas categorias, os achados clínicos e laboratoriais, o diagnóstico diferencial, o tratamento e o prognóstico, com ênfase em evidências recentes da literatura veterinária.
Palavras-chave: injúria renal aguda, cães, gatos, toxicidade renal, isquemia renal, infecção renal.

Dr. Roque Júnior, médico-veterinário do Doutor dos Animais, explicando sobre Injúria Renal Aguda em cães e gatos e suas causas infecciosas, tóxicas e isquêmicas.

Imagem: Dr. Roque Júnior – Médico-Veterinário CRMV-SP 23098 | Doutor dos Animais



1. Introdução

A injúria renal aguda (IRA, ou acute kidney injury – AKI em inglês) em pequenos animais é definida como um dano agudo ao parênquima renal, com ou sem diminuição aparente da função glomerular, e com acúmulo de resíduos metabólicos (azotemia) e/ou alterações na produção de urina. (vetjournal.it)
Historicamente chamada “insuficiência renal aguda”, o termo IRA é preferido pois engloba alterações precoces da função renal, mesmo antes da azotemia sintomática. (MSD Veterinário)
Dada a variedade de causas e a possibilidade de reversão (quando tratado adequadamente e em tempo), é importante o clínico conhecer os mecanismos, diferenciar as etiologias e implantar condutas terapêuticas precoces.
Segundo séries de casos em cães, cerca de 58% das IRA têm causas “isquêmicas/inflamatórias”, 8 % infecciosas e 6 % tóxicas em grandes hospitais universitários. (PubMed)
Este artigo visa sistematizar as principais causas em três grandes grupos — infecciosas, tóxicas e isquêmicas — e discuti-las no contexto clínico-prático.


2. Fisiopatologia Geral da IRA

Antes de adentrar nas causas específicas, convém rever os principais mecanismos pelos quais o rim sofre dano agudo:

2.1 Mecanismos de lesão

  • A isquemia ou hipoperfusão renal leva à redução abrupta da taxa de filtração glomerular (TFG) e ao dano tubular, especialmente nos túbulos proximais, que têm alta demanda metabólica. (Animal Emergency Australia)

  • Substâncias tóxicas (nefrótóxicos) podem causar necrose ou apoptose dos epitélios tubulares, lesão da membrana basal, obstrução intratubular, e agravamento da perfusão local. (bsavalibrary.com)

  • Infecções ou processos inflamatórios podem induzir dano direto às células renais, vasculite, microembolização, ou disfunção hemodinâmica (por septicemia), culminando em IRA. (bsavalibrary.com)

2.2 Fases da injúria tubular (modelo clássico)

Um modelo clássico descreve quatro fases:

  1. Fase de insulto (insult) – início do dano (isquêmico, tóxico ou infeccioso) → depleção de ATP, aumento de ânions intracelulares. (bsavalibrary.com)

  2. Fase de progressão – aumento de cálcio e sódio intracelulares, perda da borda em escova (brush border), perda de polaridade celular. (bsavalibrary.com)

  3. Fase da reparação inicial – apoptose de células lesionadas, início de regeneração celular. (bsavalibrary.com)

  4. Fase de recuperação ou cicatrização – proliferação de células tubulares, reparo da membrana basal, restauração da função ou evolução para dano crônico se lesão extensa. (bsavalibrary.com)

2.3 Consequências funcionais

  • Diminuição da TFG → acúmulo de ureia, creatinina, outros resíduos. (MSD Veterinário)

  • Alterações na produção de urina: oligúria (<0,5-1 mL/kg/h), anúria, ou, em fase de recuperação, poliúria. (Vetlexicon)

  • Desequilíbrios hidroeletrolíticos: retenção de potássio, acidose metabólica, edema. (MSD Veterinário)

  • Potencial progressão para doença renal crônica se houver cicatrização ou fibrose tubular residual.


3. Causas da IRA

A seguir, as causas são organizadas em três grandes categorias (infecciosas, tóxicas, isquêmicas). Vale lembrar que muitos casos são multifatoriais (ex: toxina + hipoperfusão).

3.1 Causas infecciosas

As infecções que afetam diretamente o parênquima renal ou que levam a disfunção hemodinâmica grave podem desencadear IRA.

3.1.1 Agentes comuns

  • Leptospirose: em cães, é uma causa bem documentada de IRA (com ou sem envolvimento hepático). (DVM360)

  • Babesiose (em áreas endêmicas): pode desencadear IRA, especialmente associada a hemólise e pigmentúria. (Jornal de Veterinária)

  • Pielonefrite, septicemia, peritonite séptica: por exemplo, uma série demonstrou IRA em 40,3% de cães com peritonite séptica. (PubMed)

3.1.2 Mecanismos

  • Dano direto aos túbulos por colonização/infecção renal (ex: leptospira nos túbulos). (DVM360)

  • Vasculite ou microembolização renal, com isquemia secundária.

  • Disfunção hemodinâmica por septicemia → hipoperfusão renal.

  • Hemoglobinúria ou mioglobinúria secundárias à hemólise ou rabdomiólise → efeito tóxico/obstrutivo nos túbulos.

3.1.3 Achados clínicos e laboratoriais

  • Anorexia, letargia, vômitos, polidipsia/poliúria ou oligúria. (Sinais comuns a IRA em geral) (PubMed)

  • Em leptospirose: icterícia, febre, plaquetopenia, leucocitose, glicosúria com normoglicemia. (DVM360)

  • Em babesiose: hemólise, pigmentúria, possível glomerulonefrite. (Jornal de Veterinária)

  • Laboratório: azotemia súbita, urina pouco concentrada apesar de desidratação, possíveis alterações nas enzimas hepáticas. (Vetlexicon)

3.1.4 Considerações práticas para o clínico

  • Em áreas onde leptospirose ou babesiose são prevalentes, pensar em IRA de origem infecciosa em animais com falência renal súbita.

  • Testes específicos (PCR, sorologia para leptospira; frotis ou PCR para babesiose) são indicados. (Jornal de Veterinária)

  • É necessário tratar tanto a infecção (ex: antibióticos/específicos) quanto dar suporte renal (hidratação, monitoramento) para tentar reversão.

  • Em casos de peritonite ou septicemia, monitorar de perto função renal, pois o risco de IRA secundária é alto. (PubMed)

3.2 Causas tóxicas (nefrótóxicas)

Diversos agentes externos ou endógenos podem provocar IRA via lesão tubular direta, obstrução intratubular ou combinação.

3.2.1 Agentes nefrótóxicos importantes

3.2.2 Mecanismos

  • A substância tóxica penetra no epitélio tubular, provoca liberação de radicais livres, disfunção mitocondrial, necrose das células epiteliais. (Animal Emergency Australia)

  • Obstrução intratubular por detritos celulares necrosados ou pigmentos → agravando a queda da filtração.

  • Vasoconstrição local e hipoperfusão secundária.

3.2.3 Achados clínicos e laboratoriais

  • História compatível (ingestão de toxina, uso de droga nefrotóxica, exposição recente).

  • Em etilenoglicol: sinais neurológicos, hipocalcemia, cristais de oxalato de cálcio na urina.

  • Uvas/Passas: vômito precoce, aumento rápido da creatinina, oligúria/anúria.

  • Aumento abrupto de ureia e creatinina; urina pouco concentrada; pode haver hipercalemia.

  • Monitorar também potássio, fosfato, cálcio, acidose.

3.2.4 Considerações práticas

  • Clínicos devem obter histórico toxicológico e medicamentoso completo.

  • Iniciar tratamento de suporte imediatamente (fluido­terapia, monitoramento urinário) mesmo antes da confirmação da causa.

  • Identificar e cessar exposição ao tóxico (ex: remover fonte, suspender fármaco).

  • Em muitos casos, a evolução depende da extensão da lesão tubular e da rapidez do suporte.

3.3 Causas isquêmicas/hipoperfusivas

A hipoperfusão renal, geralmente secundária a choque, desidratação severa, cirurgia, ou tromboembolismo, é uma causa comum de IRA.

3.3.1 Situações comuns

  • Hipovolemia severa (vômitos, diarreia, hemorragia) → diminuição do débito cardíaco e perfusão renal.

  • Choque séptico ou por hemorragia.

  • Cirurgia prolongada ou anestesia com hipotensão intraoperatória. (DVM360)

  • Coagulação intravascular disseminada (CIVD) ou microembolização renal.

  • Obstrução pós-renal prolongada (uréter, uretra) que secundariamente leva à necrose parenquimatosa. (MSD Veterinário)

3.3.2 Mecanismos

  • Diminuição do fluxo sanguíneo renal → hipóxia tubular, necrose e funcionalmente queda da TFG.

  • Lesão dos túbulos proximais, perda de microvilos, disfunção dos transportadores como Na⁺/K⁺-ATPase. (Animal Emergency Australia)

  • Recuperação depende do tempo de isquemia, da presença de reperfusão e da extensão da lesão.

3.3.3 Achados clínicos e laboratoriais

  • História de evento de hipotensão, desidratação, cirurgia ou traumatismo.

  • Sinais de IRA como letargia, vómitos, oligúria/anúria; possível evidência de falência de outros órgãos (ex: fígado, circulação). (PubMed)

  • Laboratorialmente: elevação súbita de creatinina/ureia, urina pouco concentrada, possivelmente aumento de enzimas de lesão celular (CK, ALT) se houver dano associado.

  • Em estudo de cães com peritonite séptica, pressão arterial sistólica baixa e frequência respiratória alta foram fatores de risco para IRA. (PubMed)

3.3.4 Considerações práticas

  • Em pacientes com choque, grande prudência com perfusão renal e monitoramento da função renal.

  • Fluxo sanguíneo renal deve ser otimizado (fluido, suporte hemodinâmico) para prevenir ou minimizar a IRA.

  • Em anestesias/procedimentos de risco, considerar monitoramento renal e evitar hipotensão prolongada.

  • O prognóstico depende da gravidade da isquemia e da presença de comorbidades.


4. Diagnóstico e Avaliação Clínica

4.1 Sinais clínicos gerais

Animais com IRA podem apresentar: letargia, anorexia, vômito, diarreia, desidratação, produção de urina diminuída (oligúria/anúria) ou, em fase de diurese, poliúria. (Ovid)
Podem também haver sinais secundários: halitose urêmica, úlceras orais, dor renal (à palpação), hipertensão, edema pulmonar se houver sobrecarga hídrica. (Vetlexicon)

4.2 Exames laboratoriais e de imagem

  • Hemograma: pode revelar leucocitose, plaquetopenia (ex: em leptospirose). (DVM360)

  • Bioquímica: aumento de ureia, creatinina, fosfato; hipercalemia; acidose metabólica. (MSD Veterinário)

  • Urinálise: densidade urinária baixa apesar de desidratação (ex: isostúria 1.007-1.030) sugere disfunção tubular. (MSD Veterinário)

  • Ultrassom abdominal: avalia tamanho renal, ecogenicidade, evidência de obstrução pós-renal.

  • Testes específicos de infecção: sorologia/PCR para leptospira, babesiose, avaliação de culturas de urina se suspeita de pielonefrite. (Jornal de Veterinária)

  • Avaliação hemodinâmica: pressão arterial, perfusão, possíveis marcadores de hipoperfusão (ex: CK elevado). (PubMed)

4.3 Classificação e prognóstico

O sistema de classificação da International Renal Interest Society (IRIS) para IRA em cães e gatos permite estratificar a gravidade com base na creatinina sérica, produção urinária e outros parâmetros. (vetjournal.it)
Estudos mostram que o grau de IRA (por IRIS) e a presença de anúria estão significativamente associados ao risco de mortalidade. (PubMed)


5. Tratamento

O tratamento da IRA tem duas frentes principais: correção/eliminação da causa e suporte da função renal.

5.1 Suporte geral

  • Reposição e manutenção de fluidos: corrigir desidratação, manter perfusão renal, evitar sobrecarga hídrica. Atenção especial: administração excessiva de fluidos em animal oligúrico/anúrico pode levar a edema pulmonar ou cerebral. (MSD Veterinário)

  • Monitoramento da produção urinária (“ins e outs”), monitoramento de potássio, fosfato, cálcio, acidobase.

  • Controle da hiperpotassemia (que pode provocar arritmias).

  • Tratamento de sinais de uremia: antieméticos, gastroprotetores, nutrição assistida. (MSD Veterinário)

  • Em casos graves, considerar terapia de substituição renal (hemodiálise) se disponível. Em estudo, cães que fizeram hemodiálise tiveram sobrevivência de cerca de 60%. (Ovid)

5.2 Tratamento específico conforme a causa

  • Infecciosas: antibióticos ou terapia específica (ex: leptospira) + suporte renal.

  • Tóxicas: eliminar ou interromper o agente tóxico; em alguns casos específicos (ex: etilenoglicol) administração de antídotos ou terapia de carvão ativado.

  • Isquêmicas: melhorar perfusão, tratar causa da hipovolemia/choque, manter pressão arterial renal adequada.

5.3 Monitoramento e cuidados contínuos

  • Reavaliar creatinina, ureia e função renal periodicamente.

  • Após recuperação, monitorar a função renal para detecção precoce de evolução para doença renal crônica.

  • Aconselhamento ao tutor sobre possível risco de evolução para doença renal crônica, e importância de check-ups regulares.


6. Prognóstico

O prognóstico da IRA em animais varia conforme: a gravidade da lesão, a rapidez da intervenção, a etiologia e a presença de comorbidades.
Em estudo com 249 cães, cerca de 66% sobreviveram à hospitalização; maior gravidade (IRIS elevado) e anúria foram fatores de risco para mortalidade. (Ovid)
Em complicações como peritonite séptica, cães com IRA tinham probabilidade substancialmente menor de sobreviver à alta (OR ≈ 0,2) comparados aos que não desenvolveram IRA. (PubMed)
Se a lesão tubular for maciça ou prolongada, pode haver cicatrização e progressão para doença renal crônica. Logo, embora a IRA possa ser reversível, não significa retorno total à função normal em todos os casos. (Vetlexicon)


7. Conclusão

A injúria renal aguda é uma condição séria em cães e gatos, que exige diagnóstico precoce e tratamento imediato. Entre as principais etiologias estão causas infecciosas, tóxicas e isquêmicas, cada uma com particularidades que o clínico deve reconhecer. O tratamento combina suporte renal geral com abordagem específica da causa. Apesar de muitos animais terem bom prognóstico, o risco de mortalidade permanece elevado, e a possibilidade de evolução para doença renal crônica não deve ser negligenciada.


8. Referências selecionadas

  1. JB et al. Acute kidney injury in dogs: Etiology, clinical and clinicopathologic findings, prognostic markers, and outcome. J Vet Intern Med. 2022. (PubMed)

  2. IRIS guidelines for the diagnosis and management of acute kidney injury in cats and dogs. Vet J. 2024. (vetjournal.it)

  3. MSD Veterinary Manual – Acute Kidney Injury in Dogs and Cats. (MSD Veterinário)

  4. Assessment of acute kidney injury in dogs suffering from babesiosis and leptospirosis. J Vet Anim Sci. 2023. (Jornal de Veterinária)

  5. Acute kidney injury in dogs with septic peritonitis… J Vet Intern Med. (PubMed)

  6. BSAVA Manual of Canine and Feline Nephrology and Urology – Chapter “Acute Kidney Injury”. (bsavalibrary.com)



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Australian Cattle Dog (Blue ou Red Heeler)

 Os filhotinhos de Australian Cattle Dog (Red e Blue Heeler) são pura energia, inteligência e amor em cada olhar. 💙❤️

                                 Red Heeler.. Blue Heeler... Red Heeler

O Australian Cattle Dog (ACD) é uma raça incrível, criada na Austrália para ajudar no pastoreio de gado. Por isso, ficou conhecido pelos apelidos carinhosos de Blue Heeler e Red Heeler, que se referem às duas principais variações de cor da pelagem: azul e vermelha salpicada. 💙❤️

Esses cães são famosos por sua inteligência, energia e resistência. Com seu instinto de trabalho e disposição incansável, são companheiros perfeitos para tutores ativos e que adoram aventuras. 🐶💨

👉 Mais que trabalhadores incansáveis, eles conquistam corações com sua lealdade e alegria de viver!


#AustralianCattleDog #BlueHeeler #RedHeeler #CãesDeTrabalho #AmorDePet #EnergiaSemFim #CachorroAtivo #PetsDoBrasil



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Primeiro registro de acasalamento de onça-preta na natureza

 Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, Médico Veterinário (CRMV-SP 23098)



Primeiro registro de acasalamento de onça-pintada melanística na natureza: um marco para a ciência e a conservação

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e um dos símbolos da biodiversidade brasileira. Apesar de ser conhecida principalmente por sua pelagem dourada com rosetas escuras, algumas populações apresentam indivíduos melanísticos — popularmente chamados de “onça-preta”.

Até recentemente, não havia registros científicos de acasalamentos envolvendo indivíduos melanísticos em ambiente selvagem. Porém, um estudo publicado em 2025 trouxe à luz o primeiro caso documentado desse tipo de interação, registrado por armadilhas fotográficas em área de floresta tropical.



O que foi descoberto?

Pesquisadores conseguiram registrar o comportamento de corte e acasalamento entre uma onça-preta e uma onça de fenótipo tradicional. As imagens mostraram vocalizações, marcação de território e aproximação entre os animais — exatamente como ocorre entre casais de onças de pelagem comum.

Segundo os cientistas, isso demonstra que o melanismo não interfere na seleção sexual da espécie. Ou seja, onças-pintadas melanísticas podem se reproduzir normalmente, transmitindo seus genes para a população selvagem.

Por que essa descoberta é importante?

  1. Conservação genética – O melanismo é resultado de uma variação genética. Saber que esses animais se reproduzem em condições naturais garante que essa característica continue presente no pool genético das populações.

  2. Ecologia comportamental – O estudo indica que a cor da pelagem não é um fator limitante para interações sociais ou reprodutivas.

  3. Planejamento de conservação – Muitos programas de manejo em cativeiro não valorizavam indivíduos melanísticos. A pesquisa mostra que eles devem ser incluídos nas estratégias de preservação, já que representam uma parte funcional e saudável da população.

Impactos para a ciência e para a sociedade

Esse registro abre novas possibilidades para compreender a biologia da onça-pintada e reforça a importância do monitoramento por câmeras em áreas de conservação. Além disso, coloca o Brasil em destaque no cenário científico mundial, já que grande parte das populações melanísticas está concentrada na Amazônia e no Pantanal.

De acordo com os pesquisadores, o próximo passo será acompanhar se haverá descendentes desse acasalamento, analisando a herança genética do melanismo e seus efeitos sobre a saúde e adaptação dos filhotes.

Conclusão

A descoberta mostra que ainda temos muito a aprender sobre nossos animais silvestres e destaca a necessidade urgente de proteger habitats naturais. As onças — sejam douradas ou pretas — são peças-chave no equilíbrio dos ecossistemas. Preservar essas populações significa manter viva a força da biodiversidade brasileira.


👉 Se você mora em Mogi das Cruzes, Suzano e região, entre em contato comigo para consultas em domicílio, vacinas e atendimentos emergenciais.

📌 Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior – Médico Veterinário (CRMV-SP 23098)
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🐾 5 sinais de que seu pet precisa de atendimento veterinário imediato



🐾 5 sinais de que seu pet precisa de atendimento veterinário imediato

Introdução

Assim como nós, cães e gatos podem apresentar problemas de saúde de forma repentina. Muitas vezes, os tutores ficam em dúvida se é algo passageiro ou se precisam procurar um veterinário com urgência. Reconhecer os sinais de alerta pode salvar a vida do seu pet.

Neste artigo, o Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior, Médico Veterinário (CRMV-SP 23098), explica quais são os principais sinais de emergência em pets e por que não devem ser ignorados.




1. Dificuldade para respirar

Se o seu pet está com respiração ofegante, barulhenta, com a boca aberta por muito tempo ou mostrando língua arroxeada, isso pode indicar um problema grave nos pulmões, coração ou vias aéreas. Leve imediatamente ao veterinário.


2. Vômitos ou diarreias persistentes

Um episódio isolado pode ser apenas algo que o animal ingeriu. Mas quando o vômito ou a diarreia se repetem várias vezes em poucas horas, ou vêm acompanhados de sangue, há risco de desidratação rápida e complicações sérias.


3. Convulsões ou desmaios

Convulsões, tremores fortes e perda de consciência nunca são normais. Esses sinais podem estar relacionados a intoxicações, doenças neurológicas ou metabólicas. A urgência veterinária é fundamental nesses casos.


4. Sangramentos ou ferimentos graves

Cortes profundos, atropelamentos ou qualquer sangramento intenso exigem atendimento imediato. Mesmo que o tutor consiga conter o sangue em casa, o animal precisa de avaliação para evitar choque, infecção e outras complicações.


5. Apatia extrema e recusa de alimentos

Se o pet, normalmente ativo, de repente fica muito quieto, não aceita comida ou água, e parece fraco, isso pode ser sinal de doenças sérias, como infecções, problemas renais ou até intoxicações.


Conclusão

Saber identificar esses sinais pode fazer toda a diferença. Em qualquer situação de dúvida, a orientação é clara: procure atendimento veterinário o quanto antes. A prevenção e a rapidez salvam vidas.

👉 Se você mora em Mogi das Cruzes, Suzano e região, entre em contato comigo para consultas em domicílio, vacinas e atendimentos emergenciais.

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🐾 Osteoartrite em Cães: Diagnóstico, Manejo e Novas Terapias para Alívio da Dor

 Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


🐾 Osteoartrite em Cães: Diagnóstico, Manejo e Novas Terapias para Alívio da Dor

A osteoartrite em cães é uma doença degenerativa que compromete mobilidade e bem-estar. Descubra sinais, diagnóstico, manejo clínico e terapias modernas como bedinvetmab para dar qualidade de vida ao seu pet.

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Introdução

A osteoartrite, também conhecida como doença articular degenerativa, é uma das condições mais frequentes em cães de meia-idade e idosos. Afeta principalmente articulações como quadris, joelhos e cotovelos, levando à dor crônica, inflamação e perda progressiva da mobilidade.

Segundo estudos recentes, estima-se que 1 em cada 5 cães acima dos 7 anos de idade apresente sinais de osteoartrite, muitas vezes confundidos com “envelhecimento normal”. Porém, a doença tem impacto direto no bem-estar, e com diagnóstico precoce e manejo adequado é possível garantir uma vida longa e ativa ao animal.


Sintomas e Sinais Clínicos

Os tutores geralmente descrevem mudanças sutis no comportamento e rotina do cão. Entre os principais sinais estão:

  • Claudicação (manqueira) intermitente ou contínua.

  • Rigidez articular, principalmente após repouso.

  • Dificuldade para subir escadas, pular no sofá ou entrar no carro.

  • Redução do interesse por passeios e brincadeiras.

  • Alterações de humor, como irritabilidade ou isolamento.

⚠️ É comum que os tutores acreditem que o cão está apenas “ficando velho”. Reconhecer a diferença entre envelhecimento fisiológico e doença degenerativa é o primeiro passo para oferecer qualidade de vida.


Diagnóstico

O diagnóstico da osteoartrite é clínico e complementar, envolvendo:

  • Exame físico: avaliação da amplitude de movimento, dor à palpação, crepitação articular.

  • Exames de imagem: radiografias revelam alterações ósseas e remodelação articular. A ultrassonografia e a ressonância magnética podem complementar em casos complexos.

  • Histórico clínico: relatos de episódios de dor, quedas, mudanças de rotina e resposta a anti-inflamatórios ajudam na suspeita diagnóstica.


Manejo Terapêutico — O Tripé do Tratamento

O tratamento da osteoartrite deve ser individualizado, mas há três pilares fundamentais:

1. Controle de Peso Corporal

A obesidade é um fator agravante. Reduzir o peso corporal em 10–15% pode melhorar significativamente a mobilidade.

  • Dietas específicas para controle de peso são recomendadas.

  • Reforçar o uso de petiscos saudáveis e em menor quantidade.

2. Exercícios e Fisioterapia

Atividade física controlada é essencial.

  • Caminhadas leves e regulares (15–20 min, 2x/dia).

  • Hidroterapia (natação assistida), que reduz impacto e fortalece musculatura.

  • Fisioterapia com laser, ultrassom terapêutico e exercícios de propriocepção.

3. Terapias Farmacológicas e Suplementação

  • Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): carprofeno, meloxicam e outros — prescritos pelo médico-veterinário.

  • Suplementos nutricionais: condroitina, glicosamina e ácidos graxos ômega-3 apresentam benefícios no suporte articular.

  • Analgesia multimodal: pode incluir gabapentina ou tramadol em casos de dor intensa.


Terapias Inovadoras: O Bedinvetmab

O bedinvetmab é um anticorpo monoclonal desenvolvido especificamente para cães. Sua ação bloqueia o Fator de Crescimento Nervoso (NGF), uma molécula envolvida na transmissão da dor.

Estudos recentes apontam que cães tratados com bedinvetmab apresentam:

  • Redução significativa da dor articular.

  • Melhora da mobilidade e disposição.

  • Boa tolerância e segurança em uso prolongado.

Essa terapia representa uma nova fronteira no manejo da dor crônica em cães, especialmente para casos refratários ao tratamento convencional.


Caso Clínico Ilustrativo

Paciente: Labrador Retriever, 10 anos, 36 kg.
Histórico: claudicação intermitente no quadril direito, perda de interesse em caminhadas.
Conduta: plano integrado com dieta de controle de peso, hidroterapia supervisionada e administração mensal de bedinvetmab.
Resultado: em 8 semanas, o paciente apresentou melhora de 50% no escore de dor e voltou a realizar caminhadas diárias com a família.


Orientações Práticas para Tutores

📌 O que você pode começar a fazer hoje:

  • Pese seu cão semanalmente e registre os valores.

  • Observe mudanças sutis na locomoção e disposição.

  • Estimule atividades leves e regulares, evitando esforços bruscos.

  • Agende avaliação veterinária para exames clínicos e radiográficos.


Conclusão

A osteoartrite não deve ser vista como um “destino inevitável da idade”, mas como uma condição tratável. Com diagnóstico precoce, manejo multimodal e terapias modernas, é possível oferecer qualidade de vida, conforto e longevidade aos cães.

👨‍⚕️ Como médico-veterinário, atuo em consultas domiciliares em Mogi das Cruzes e Suzano, com foco em prevenção, diagnóstico e manejo personalizado da dor crônica em animais. Se o seu cão apresenta sinais de osteoartrite, entre em contato e vamos juntos elaborar um plano terapêutico adequado.


👉 Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


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O que os filhotes mamando podem nos ensinar sobre cuidado e união

🔹 Cuidar é também liderar 🐶 

Dr.Roque Antônio de Almeida Junior,

Poucas imagens transmitem tanta pureza e ternura quanto a de uma ninhada de filhotes mamando. 🐶💞

Esse momento, que parece apenas instintivo, carrega lições profundas tanto para a vida com os pets quanto para a nossa vida pessoal e profissional.

Assim como esses pequenos precisam do cuidado e proteção da mãe para crescer fortes e saudáveis, nós também dependemos de apoio, união e acolhimento em nossas jornadas.

Na medicina veterinária, aprendi que o cuidado vai muito além de tratar doenças. Ele envolve empatia, dedicação e responsabilidade — valores que se aplicam também ao nosso dia a dia como pessoas e profissionais.

🌱 Ninguém cresce sozinho. Seja um filhote, uma família ou uma equipe de trabalho, todos precisamos uns dos outros para florescer.

Que essa cena nos inspire a cuidar mais, acolher mais e valorizar os vínculos que tornam a vida mais leve e significativa. ✨ Dr.Roque Antônio de Almeida Junior



#Liderança #Empatia #Veterinária #CuidadoAnimal #GestãoComHumanidade

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Dr. Roque Antônio de Almeida Junior 🧪 Tubos de Coleta: Por que a Ordem Correta Faz Toda a Diferença?

 Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098


🧪 Tubos de Coleta: Por que a Ordem Correta Faz Toda a Diferença?

Na rotina laboratorial, cada detalhe conta. Desde a antissepsia bem realizada até a técnica de punção correta, tudo garante que a amostra de sangue seja confiável para análise. Mas há um ponto frequentemente subestimado: a ordem dos tubos de coleta.

Um simples erro nesse processo pode transformar um resultado confiável em um dado falso, levando a interpretações equivocadas e até a condutas médicas ou veterinárias inadequadas.




🔬 Por que a ordem é tão importante?

Os tubos utilizados nas coletas contêm diferentes aditivos (ou não contêm nenhum). Esses aditivos têm funções específicas, como evitar a coagulação, separar o soro ou preservar determinados componentes do sangue.

Se a ordem correta não for respeitada, resíduos de aditivos podem contaminar amostras subsequentes, interferindo nos resultados. Isso pode gerar:

  • Resultados falsamente alterados;

  • Necessidade de nova coleta;

  • Atraso no diagnóstico;

  • Risco de conduta clínica equivocada.

Ou seja: a ordem não é um detalhe, mas sim uma medida de segurança laboratorial.

📍 Ordem Correta dos Tubos de Coleta (Padrão CLSI)

  1. Hemocultura (frascos aeróbio/anaeróbio) 🧫
    Sempre coletada primeiro para evitar contaminação bacteriana.

  2. Tubo sem aditivo (vermelho) ou com ativador de coágulo 🟥
    Indicado para sorologia, bioquímica e imunologia.

  3. Tubo com citrato de sódio (azul claro) 🔵
    Usado para exames de coagulação (TP, TTPa, fibrinogênio).

  4. Tubo com gel separador e ativador de coágulo (ouro ou amarelo) 🟡
    Utilizado para testes bioquímicos e hormonais.

  5. Tubo com heparina (verde) 🟢
    Indicado para gasometria, amônia e eletrólitos.

  6. Tubo com EDTA (roxo ou lavanda) 🟣
    Usado em hemograma, tipagem sanguínea e PCR.

  7. Tubo com fluoreto de sódio + EDTA (cinza)
    Indicado para dosagem de glicose e lactato.

📌 Regra prática: sempre coletar do tubo menos aditivado para o mais aditivado, prevenindo interferências e garantindo resultados confiáveis.

🏥 Impacto na Medicina Veterinária

Em animais, a coleta correta é ainda mais desafiadora, pois muitas vezes o volume de sangue obtido é limitado. Isso torna a ordem dos tubos fundamental para que cada gota coletada tenha valor diagnóstico máximo.

Um erro nesse processo pode significar submeter o paciente a nova punção, aumentando o estresse e o risco de complicações, além de atrasar a definição do tratamento.

✅ Conclusão

A coleta de sangue não termina na punção venosa. Respeitar a ordem correta dos tubos é parte essencial da prática segura em laboratórios humanos e veterinários. É isso que garante diagnósticos confiáveis, segurança para o paciente e eficiência nos atendimentos.


👉 Gostaria que eu adaptasse essa matéria com uma versão mais técnica para médicos-veterinários (citando exemplos de exames específicos de cães, gatos e cavalos) ou prefere que fique nessa linguagem híbrida, que educa tutores e também passa credibilidade profissional?

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Nutrição de Precisão: O Segredo Para Bovinos Mais Saudáveis e Produtivos

"Nutrição de Precisão na Bovinocultura: Novas Formulações, Desafios e Alta Eficiência"




1. Introdução

Destaque a urgência de inovações na nutrição de bovinos, impulsionada pelo crescimento expressivo da indústria de rações no Brasil e pela necessidade de ganhos de produtividade e sustentabilidade.

2. Cenário atual da nutrição bovina no Brasil

  • A produção de ração animal no Brasil cresceu 2,4% em 2024, o dobro da média global de 1,2%, consolidando o país como o terceiro maior produtor mundial (Portal do Agronegócio, Agro Estadão).

  • A expectativa para 2025 é de crescimento de 3% no setor — previsto para alcançar 94 milhões de toneladas entre rações, concentrados e suplementos (Giro do Boi).

3. Inovações nutricionais em destaque

  • A pesquisa com milho de alta concentração de α-amilase, apresentada no CLANA 2024, promete melhorar a digestibilidade do amido, aumentando eficiência alimentar e reduzindo emissões (cbna.com.br, nutrinews.com).

  • Desenvolvimentos como rações tecnológicas para gado de elite, com aditivos como probióticos, tamponantes, minerais orgânicos e controle de micotoxinas (Guabi Rumina Elite, Guabitech B-Max, entre outras), elevam desempenho reprodutivo e imunológico (agroplanning.com.br).

4. Nutrição equilibrada como aliada do controle sanitário

  • Um manejo nutricional com aminoácidos, vitaminas e minerais ajustados ajuda a fortalecer a saúde digestiva dos bovinos e reduzir o impacto dos parasitas em confinamento (Campo Grande News).

5. Desafios atuais e perspectivas

  • Apesar do crescimento, os custos na nutrição de bovinos de corte estão elevados em 2025, especialmente com a alta nos preços dos insumos. Mesmo assim, a valorização da arroba mantém o setor otimista (Agron Agronegócios Online).

  • Isso reforça a importância de estratégias nutricionais de precisão, combinando alto desempenho e controle de custos.


Conclusão

A nutrição de precisão é mais do que uma tendência: é uma necessidade. Com inovações desde o uso de ingredientes mais digestíveis (como o milho enriquecido com α-amilase) até formulações tecnológicas de alta performance, o setor pecuário pode alcançar ganhos expressivos em eficiência, bem-estar animal e sustentabilidade. Quem adotar essas inovações estará na vanguarda da bovinocultura moderna — seja a de corte ou de elite.



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Dr. Roque Antônio de Almeida Junior , Mitos e Verdades Sobre a Castração de Cães e Gatos 🐶🐱

 Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


🐶🐱 Mitos e Verdades Sobre a Castração de Cães e Gatos

Descubra o que é realmente verdade quando o assunto é castração!

A castração ainda gera muitas dúvidas entre os tutores. Enquanto alguns acreditam que ela é fundamental para a saúde e bem-estar dos pets, outros têm receio de possíveis efeitos colaterais. Afinal, o que é mito e o que é verdade quando se trata da castração de cães e gatos?

Se você está pensando em castrar seu animalzinho ou quer entender melhor sobre o assunto, continue lendo. Abaixo, desvendamos os principais mitos e verdades com base em evidências científicas e experiência clínica.




❌ Mito 1: Castrar faz o animal engordar

🔍 Verdade: A castração pode diminuir o metabolismo do animal, sim, mas o ganho de peso está mais relacionado à alimentação e falta de exercícios. Com uma dieta equilibrada e atividades regulares, seu pet pode manter um peso saudável mesmo castrado.


✅ Verdade 1: A castração previne doenças graves

A castração pode reduzir o risco de câncer de mama, infecções uterinas (piometra) nas fêmeas e câncer de próstata ou testicular nos machos. É uma medida preventiva que contribui para uma vida mais longa e saudável.


❌ Mito 2: Fêmeas precisam ter uma cria antes de serem castradas

🔍 Verdade: Não existe nenhum benefício médico comprovado em deixar a fêmea ter uma ninhada antes de castrar. Pelo contrário, quanto mais cedo a castração for feita (após a primeira fase vacinal e antes do primeiro cio), maior a proteção contra doenças.


✅ Verdade 2: Castrar ajuda no controle populacional

Infelizmente, milhares de cães e gatos são abandonados todos os anos. A castração é uma das formas mais eficazes de combater a superpopulação e evitar o nascimento indesejado de filhotes, que muitas vezes acabam sem um lar.


❌ Mito 3: Castração muda a personalidade do animal

🔍 Verdade: A castração não muda a essência do pet, mas pode sim diminuir comportamentos indesejados, como marcação de território, fugas atrás de fêmeas no cio e até agressividade. O animal continua sendo carinhoso, brincalhão e fiel como sempre.


✅ Verdade 3: Gatos castrados ficam mais caseiros

Gatos castrados costumam ficar mais tranquilos, diminuindo o hábito de sair para brigas, cruzas ou disputas de território. Isso ajuda a prevenir ferimentos, doenças e acidentes.


❌ Mito 4: Castrar é uma crueldade

🔍 Verdade: A castração é um procedimento seguro, realizado com anestesia, e com rápida recuperação. Evita o sofrimento de ninhadas abandonadas, doenças graves e reduz o estresse causado por hormônios. É um ato de cuidado e responsabilidade.


Quando Castrar?

A recomendação varia de acordo com o porte, espécie e condição de saúde do animal, mas em geral:

  • Cães pequenos e gatos: entre 5 e 6 meses

  • Cães médios e grandes: pode variar até os 12 meses, dependendo da raça
    É sempre importante consultar um médico-veterinário para avaliar o momento ideal.


🩺 Converse com um Veterinário de Confiança

Ainda tem dúvidas se deve castrar seu pet? Agende uma consulta e fale com um profissional que pode avaliar individualmente o caso do seu cão ou gato.

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Veterinário especializado em atendimento domiciliar para cães, gatos e animais exóticos.
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Alerta Nacional: Mais de 245 Cavalos Morrem por Contaminação em Rações Equinas

  Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 😊🐶


🚨 Alerta Nacional: Mais de 240 Cavalos Morrem por Intoxicação com Ração Contaminada da Nutratta

Pelo menos 245 cavalos morreram em diferentes estados brasileiros após consumirem rações contaminadas da empresa Nutratta Nutrição Animal. A tragédia foi registrada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, gerando enorme comoção entre criadores, veterinários e tutores de animais de grande porte.

Dr. Roque Antônio de Almeida Junior CRMV 23098 


❗ O que causou a morte dos cavalos?

Após investigação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a presença de substâncias altamente tóxicas nas rações. Trata-se de alcaloides pirrolizidínicos, com destaque para a monocrotalina, um composto tóxico originado de plantas do gênero Crotalaria, conhecidas por sua alta toxicidade para animais.

Essas plantas teriam sido processadas acidentalmente junto às matérias-primas utilizadas na fabricação das rações, o que demonstra uma grave falha no controle de qualidade por parte da Nutratta.

📍 Estados afetados

  • Minas Gerais

  • São Paulo

  • Rio de Janeiro

  • Alagoas

As mortes foram reportadas principalmente por criadores, haras e centros de equoterapia que utilizavam produtos da marca.

🧪 Como age a monocrotalina?

A monocrotalina ataca principalmente o fígado dos equinos, provocando lesões hepáticas graves e irreversíveis, além de sintomas como:

  • Letargia

  • Falta de apetite

  • Hemorragias internas

  • Falência hepática

  • Convulsões

  • Morte súbita

Muitos dos cavalos afetados foram atendidos por veterinários que relataram rápida progressão dos sintomas, mesmo com tratamento intensivo.

🔒 Medidas do Ministério da Agricultura

MAPA suspendeu imediatamente a fabricação de todas as rações da Nutratta, iniciando uma investigação profunda sobre a origem da contaminação e os processos de controle interno da empresa. Além disso, o ministério emitiu alertas e recomendações oficiais para criadores e profissionais da área.

📢 Recomendações aos proprietários e médicos-veterinários

  • Interromper imediatamente o uso de qualquer ração da marca Nutratta.

  • Isolar os lotes de ração suspeita e comunicar às autoridades sanitárias locais.

  • Buscar atendimento veterinário com urgência caso o animal tenha apresentado sintomas após consumir a ração.

  • Solicitar exames laboratoriais para avaliação hepática dos equinos que tiveram contato com os produtos.

  • Acompanhar os comunicados oficiais do MAPA sobre o caso.


⚠️ Um alerta sobre a importância da rastreabilidade e fiscalização

O caso reacende o debate sobre a necessidade de rastreabilidade rigorosa dos insumos utilizados na produção de rações e o fortalecimento da fiscalização sanitária preventiva. Em um país onde o agronegócio é tão forte, casos como esse afetam não só os animais e seus tutores, mas também toda a cadeia produtiva e o bem-estar animal.


📌 Fique atento

Continuaremos acompanhando o desdobramento deste caso e atualizaremos o site com novas informações assim que forem divulgadas.

Dr. Roque Antônio de Almeida Júnior
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